Friday, April 01, 2011

Alegoria

o que eu faço
aos pedaços
e passos
é só
o que eu faço e
se fosse poesia
seria incompleta
como é a dor
e a cidade vazia.
se fosse poesia
seria inconstante,
de forma abjeta
(seria
de mim
um pedaço
extraído),
alegoria tardia
de um carnaval
esquecido...
se fosse poesia
talvez eu fosse mais feliz.

Falha interrompida.

um dia
qualquer destes que passam por aí
quis ser um debochado leminsky
e dos lugares comuns e chavões
troquei de lugar raios e
sensações;
depois tentei baudelaire,
simbólico, mefítico, sexista,
jurei mentiras em laivos de
saudades;
visitei kerouac
narrativo e imberbe,
perdi um irmão e saí
vagando por ruas estreitas,
antônimas,
procurei os amigos ginsberg
e burroughs em vão,
sentido sem sentido,
melífluo desprazer,
rio vermelho que escorria
dos meus olhos em prantos
-lisérgico-juvenis;
tateei o obscuro medo do conhecido
e tentei mayakovsky
revolucionando a mesmice
em opções básicas,
simples, práticas,
poemas mecânicos.
esqueci de mim
em meio a tudo que tentei,
busquei,
falhei...