Thursday, September 19, 2013

Contrário



Mesmo que eu diga
o contrário
do que sempre digo

Mesmo que eu seja
o oposto
daquilo que sempre persigo

Amanha sera outro dia
e com ele
eu digo de novo
outra coisa
cometo um novo poema
como um hot roll com tequila
e sangro na sarjeta estilhaçada
dos versos que eu fiz
ao contrario.

Pular a janela



Pular a janela de outrora,
vingar as certezas que eu tinha,
lamber os dois pés do passado
regurgitar tantos sonhos
na cara de merda
que vislumbro no espelho
do meu banheiro,
de um futuro sem graça,
de uma grande mentira,
uma  imensa farsa.

Pular a janela pra sempre e
aceitar que a poesia, assim como eu,
é covarde e inútil
para o propósito que persigo.

Pular a janela e fim...

Vozes



Ouço vozes
que rogam que eu encontre
a poesia que joguei por uma
janela qualquer do passado,
que fechei em uma gaveta
escura, vazia, tardia.

Ouço vozes estranhas
que gritam comigo
quando finjo que nao escuto,
que brincam comigo,
que riem de mim.

Ouço  vozes que sei que sao minhas,
que fazem parte de mim,
que sao o que eu sou
e se envergonham de mim
quando respondo.

Ouço vozes durante todo o tempo
ouço vozes e pronto...