Thursday, October 01, 2009

Open Windows

(dedicado à minha filha Gabriela)

Da janela vejo a cena
feito um vídeo
- janela imortal da imagem -
refaço o cenário,
desfaço a visão;
da janela reviso a rima,
deleto a dor,
modifico a poesia através de janelas
em cascata,
renderizadas,
- cenas, versos, dores
em parapeitos suspensos
e vidros manchados
de solidão e suor.
Das janelas de ontem realizo o futuro,
referenciando ocorrências históricas,
arrependimentos,
visões magníficas
de pequenos progressos
e atrasos insignificantes,
revejo o microcosmo da vida celular
que habita meu corpo – celular –
e meu olhar distante
navega em mares enlouquecidos
que me trazem
- naufrago inseguro -
lembranças do que ainda não vivi.

Da janela observo o tempo
que passa,
imune a tudo que passa
e vejo,
em um plano aberto,
imagens em movimento
nas janelas que projeto
das sombras do edifício em ruínas
que construí ao redor
e começo tudo de novo
pois a felicidade é urgente
e abro assim novas janelas
para que esta entre e se instale
nas estruturas de aço
da reconstrução do espaço que é meu,
das janelas abertas da minha vida sem fim.

1 comment:

Gabriela Madeira said...

A janela está aberta!!!!

o Sol brilha....o dia está lindo lá fora, mesmo sentindo saudade.

Saudade do que foi idealizado, não do que foi vivido....sinto que agora conheço mais um pedacinho de mim...que não tem fim....rs...

Adorei tudo o que está escrito Dad!!!

Obrigada pela força e parabéns pelas poucas e certas palavras.

Gabi.