Wednesday, April 11, 2007

PARA A RUA

A sombra do edifício
se derrama na esquina
do cruzamento
e ali morrem (atropelados)
nossos sonhos e esperanças.

Da janela que se abre para as ruas
e nos transforma - retina/íris
- arcos de lua e sol.

e todo grito,
da janela do edifício
faço comícios e poemas.

(no atropelo da palavra
escorre uma lágrima.)

Na janela fechada do edifício
morava um poeta
sem ofício
e com vertigens de povo
janelas edifícios
e poesia,
que ninguém sabia.

(ali não mora mais ninguém.)

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