Friday, April 02, 2010

Angústia

Abandonar as rimas lisérgicas de outrora
à própria sorte,
autônomas,
e deixar que fluam através do tempo
sem antes nem depois de nada.

De forma amena e singela
escrever uma carta ao passado
agradecendo as certezas de tantas dúvidas
projetadas no tempo que foi passando,
desavisado e simples, monótono e verdadeiro.

Recalcitrar determinações prévias
e mesmo alijado das rimas poetizar
o dia que amanhece em meus olhos
e cantar em versos os (tantos) segredos de ontem.

deixar escorrer pelo ralo da memória
a angústia do tempo que passa,
-estancar a verborragia inútil-
simplesmente olhar para trás
e fingir que não escuto
quando peço socorro.

Seguir meu caminho sem fim,
sem rumo,
sem nada.

1 comment:

Danilo M. M. said...

A angústia acaba nos movendo de lugar. É importante estar em paz, é importante estar agora.

Mas escreveria esta carta ao passado