A cor - vermelha - da manhã
que chega
invade o quarto e reflete
matizes tantas
de movimentos plenos
- desvairada dança
de sons diáfanos -
que seus lábios
se abrem e se fecham
imprecisos,
calando palavras inúteis,
dispersas em meio
à tanta manhã que chega.
Mas a pélvis pulsa
- o pleno movimento instantâneo -
encanta-se e ensaia delírios
momentâneos de dor
e gozo
- intermináveis, imutáveis -
é cedo ainda, há muita
luz ainda,
um cheiro acre, orgásmico,
flutua no ar da manhã
que se incendeia
sob nossos olhos atônitos
e
felizes
e, há muito que ser feito,
mas é cedo ainda
e a manhã devora o quarto
enquanto seu corpo suado
descansa em meio
à tanta manhã.
Thursday, December 20, 2007
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