Quero saber um pouco mais de mim,
sobretudo a pele, o tecido poroso, perene.
(o espaço vazio é eterno).
O epitélio castigado por aguardentes divinas,
poéticas, hepáticas.
Calos pulmonares, tumores inválidos
revalidados à cada tragada (longa, profunda).
Quero saber um pouco mais de mim,
entretanto resisto
-corpo e conhecimento são opostos descobertos (nús)
e, infeliz a mente trafega imersa
em versos medíocres
-periféricos - períneos
e internos que eu quero saber um pouco mais.
À cada inferno reativado - reativan/buscopan
e glicose em canos depauperados
por resquícios anfetamínicos.
Quero saber um pouco mais
sobre os temores do homem em minha idade,
sobre tantas erupções dérmicas, ganglios
e adiposidades infindas.
Quero também as falhas, os momentos
de desespero e reflexão.
Quero também revoluções não deflagradas,
gavetas entupidas de projetos inacabados.
Quero ainda a saudade e a foto perdida em meio
ao livro emprestado.
Quero saber um pouco mais de mim,
entretanto resisto - o espelho traria respostas
em sua imagem opaca.
E, infeliz a mente transita etérea
por versos medíocres.
E eu
QUERO SABER DEMAIS
Friday, January 18, 2008
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