Friday, March 30, 2007

CONFISSÃO

que eu faça
meu poema apático,
apátrida ou impuro,
cloaca ou caneta
no canto da boca
pouco importa
a vertigem e o delírio
de amor verdadeiro,
o desejo,
o poético desejo-manhã,
pouco importa.


Não importa

se a saudade que eu sinto

fique muda ou agrida.


Mas que eu faça
meu poema sentido
do mais fundo de tudo,
mesmo que estéticamente

medíocre,

que eu faça meu poema
sincero
e que eu seja, sobretudo,
feliz.

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