Friday, March 30, 2007

HÁ MUITO TEMPO QUE JÁ SEI NADA SABER...

...porém meu destino é poetar angústias barrocas em teus seios fartos
sou sem sons nem luz, amiúde a palavra inventa-se - forasteira,
precipita-se abismática, colore-se branca nuvem
e tudo é nada no centro dos meus olhos
que, é claro ! te olham por ti, sem fronteira...
Há muito tempo faz aquela madrugada já desvirginou...um pedaço de vidro
estilhaçado na janela cortou ao meio
o meio de um pássaro (preto)
(and never more I had eyes to see her
in the sky as a star,
and I've tried so much to be mine
what could never be, e você me deixou...)
Carece o tempo de mais tempo sempre e sempre não tenho tempo
de me fazer vento e em teu rosto
fustigar meus medos e bocas mil...
Mas a gente tenta todo dia, todo o tempo,
te grampeio a linha mestra
condutora de orgasmos multifacéticos em meu sexo
e instrumentos eletrônicos me torturam
com a potência do teu membro e do teu gozo
que me invade.
Sempre todos querem morto (a mim) - vivo morto -
e com meu sangue bebem o fel de cada dia
e, em um lapso, fica no ar o golpe fatal.
Essa máquina de me fazer olhos aflitos
não convence
esse coração vagabundo
e me transformo em borboleta
(metamorfoseio-me em instante)
quando tua rede de suspeitos suspiros
me invade e voa (vôo?)
Sou cidade vila bairro periferia
sou nossa saudade
a idade mídia e o marketing nas esquinas
pública idade impudica.
Há muito tempo já saber não faz falta
o que não se sabe de um passo fica na areia,
no entrepasso da contradança da vida
e teu espaço delimitado já não te deixa saída,
fica pouco, pequeno demais...
porém meu destino não tem destino!
( e jorra sangue dos teus seios fartos)

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