Saturday, November 17, 2007

“SOME NEWS, NO NEWS”

contrastes - contínuos
constantes
estilhaços que voam
- pedaços.
anúncios classificados,
escândalos,
escândalo cifrado.
O poema naufragado ressurge
- enfim -
á beira das águas que banham
não sei quantos
quartos da terra.
Notícias de longe,
imensas, imersas,
de outros cantos,
outras terras...
Fragmentos de versos
nos bolsos puídos,
papéis amarrotados,
maculados de sonhos
e esperança tanta
que eu tinha.
- pedaços.
Abrir os jornais,
é dia...
Devo ler as notícias
- todas -
que não me importam,
bem como a cidade industrial
que já basta o que fabrica
- multiplica e ecoa
detritos incoerentes
de processos diversos,
intermitentes,
que se povoam e
se devoram.
Abrir os jornais,
é dia...
Devo ler as notícias
- todas -
dos jornais do dia
que não é hoje
é um outro dia,
o que também
pouco importa,
mas que me deixem sonhar
mais um pouco
- posto que é dia
ainda -
mesmo que seja
aprisionado nas quatro
paredes do quarto
que dorme,
mesmo que seja
acorrentado às convenções diversas
de espaço delimitado,
mesmo que seja assim,
que me deixem sonhar
mais um pouco, apenas...
mais um pouco...

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